"Diferentes grupos de pessoas contribuem para a construção da sociedade de diferentes maneiras. Essa diversidade carrega um significado especial para a estrutura social como um todo. Se a diversidade não houvesse existido, a sociedade humana não teria avançado nem mesmo até a Idade da Pedra, que se dirá do presente estágio de civilização.

Portanto devemos considerar e apoiar imparcialmente todas as diversas idéias, formas e cores que conduzem ao fomento do crescimento pessoal e desenvolvimento social entre os seres humanos. Se falharmos nisso, aquela parte da sociedade que foi construída em torno de uma idéia, forma ou cor particular irá definhar e morrer.

Eu dirijo isso não apenas àqueles que pensam profundamente sobre o bem-estar social, mas a todos os membros da sociedade, para incutir neles que ninguém, através de seus pensamentos, palavras ou acções, jamais deverá tolerar a injustiça."
P. R. Sarkar

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

EMPOBRECER MAIS QUEM TRABALHA ?

A estratégia definida por este Governo Passos Coelho / Paulo Portas parece tornar-se clara:


-1º Retirar direitos a quem trabalha e criar um clima de medo!

Retirar direitos aos trabalhadores, sacar-lhe directamente os rendimentos, aumentar os impostos sobre os rendimentos do trabalho, e aumentar o imposto sobre o consumo!
Tudo isso está a ser feito pelo Governo de Passos Coelho / Paulo Portas e com má fé, pois até inventa "desvios colossais" no défice público, para sacar dinheiro de quem trabalha, quando afinal se trata de tapar o buraco fraudulento cometido pelos seus amigos (e militantes do mesmo partido) no BPN, para o entregar bem gordinho de novo aos banqueiros amigos.
O governo de  Passos Coelho e o seu Ministro da Economia Álvaro Pereira, não hesitam em recorrer à mentira e ao embuste, ao referirem que os direitos de quem trabalha, são um estorvo ao aumento da produtividade do trabalho!
Trata-se de uma desonestidade intelectual inadmíssível, pois se Passos Coelho tirou um curso de Economia numa Universidade Privada, já Álvaro Pereira licenciado pela FEUC deveria ter vergonha na cara ao recorrer a estas falsidades para enganar o povo, demonstrando o seu desprezo pela  deontologia e ética profissional inerente à FEUC e à Ordem dos Economistas..
Como sabemos, e Álvaro Pereira sabe de sobra, a produtividade do trabalho está ligada à capacidade de gestão empresarial e do produto, e quanto mais motivados estiverem os trabalhadores, ou seja quanto mais qualitativas e dignas forem as relações de trabalho, maior será essa produtividade, como o demonstram as boas práticas de "corporate governance" das melhores empresas.
Se o Governo Passos Coelho / Paulo Portas quer pôr mais dinheiro nas empresas à custa de quem trabalha, pois que assuma isso, mas não invente nem queira deitar poeira para os olhos dos cidadãos!


2º Privatizar crescentemente  a saúde, o ensino e a Segurança Social públicas!

Pôr os cidadãos a fazerem seguros de saúde privados, e até já pôs o Gestor de Negócios dos donos da sáude privada (Nogueira Leite) à frente da CGD para comandar a privatização  desses seguros de saúde!
O mesmo irá acontecer ao ensino (mais dinheiros públicos para o ensino privado (nomeadamente para o ensino privado controlado pela Igreja católica) e mais dificuldades para o ensino público;
Idem aspas para a segurança social: com a redução da TSU às empresas, o governo por um lado põe mais dinheiro nas empresas (o que é diferente de aumentar a produtividade) e por outro lado vai criar dificuldades à Segurança Social Pública, e encaminhar os cidadãos para o sector financeiro privado . 
Entretanto o dinheiro que fica a mais para as empresas é compensado com mais IRS e IVA sobre os trabalhadores e sobre os cidadãos! Dessa forma reduz ainda mais o poder de compra dos consumidores em geral, e agrava a crise económica: as empresas não vendem, então não produzem mais e não há investimento novo (nem sequer de substituição)!



-3º Privatizar  as mais rentáveis empresas públicas!

Como já aconteceu com a GALP, a PT, e a EDP (todas já com capital maioritário estrangeiro), e a funcionarem em regime de oligopólio (ou seja com preços superiores ao de concorrência);
Vão seguir-se a CGD, a REN, e se não houver oposição popular significativa, as próprias Águas (se tal for efectivado, vamos pagar a água aos preços europeus mais elevados, como já acontece com os combustíveis, apesar de sermos o povo com mais baixos salários da UE (o nosso salário mínimo é cerca de 60% do salário mínimo praticado na Grécia)!
Atenção que quando a GALP sobe os preços dos combustíveis, ou quando a EDP sobe o preço da electricidade, sobem por arrasto todos os outros preços, pois os custos de produção das empresas ficam mais elevados. Ou seja a subida do preço dos combustíveis e da electricidade como que integram um IVA oculto, para além do IVA normal.
Se a água for parar às mãos privadas, vai acontecer o mesmo que já está a acontecer com os combustíveis: bem nos podemos queixar que há sempre um gestor que dará a melhor explicação (há seca, sobe o preço; há chuva, o preço não desce; ...). 



-4º Aumentar o IRS e o IVA para compensar a redução de impostos e taxas s/ as empresas!

Como as empresas já não pagam IRC (na prática só 5% da totalidade das empresas pagam imposto) e ainda por cima o IRC é calculado sobre o lucro (ao contrário do que acontece em Espanha) das empresas sujeito aos malabarismos do planeamento fiscal e da contabilidade criativa, o Ministro das Finanças, para dar mais dinheiro para as empresas, baixou-lhes a TSU (passam a pagar menos para a Segurança Social Pública) e em contrapartida aumenta o IRS e o IVA (ou seja transfere dinheiro dos trabalhadores (via IRS) e dos cidadãos (IVA) para as empresas que pagam menos TSU.
Enquanto os cidadãos que trabalham pagam acima dos 30%, chegando aos 42% de IRS, sobre o seu rendimento, mais o IVA quando  compram produtos alimentares e outros, o IRC incide sobre o lucro das empresas (Vendas - custos). Ou seja temos um IRS e um IVA muito superiores ao que seria admissível, porque as empresas praticamente não pagam impostos! Por isso é que os seus accionistas estão cada vez mais ricos, enquanto os trabalhadores estão sem "cheta"!



Implicações sobre a economia: 

Claro que esta política económica no cenário actual de crise da procura (as pessoas têm baixo poder de compra) acentua essa crise (o Governo insiste em reduzir ainda mais o poder de compra de quem trabalha e dos cidadãos).
As empresas não conseguem vender pois não há compradores, os preços que deviam baixar não baixam porque o Governo sobe o IVA, e neste clima falha redondamente a estratégia do Governo de induzir mais investimento privado: nenhum investidor vai investir se não há mercado de procura dos seus produtos, por mais dinheiro que o Governo lhes propicie!

O correcto no caso português seria descer o IVA, não subir o IRS , e deixar o mercado funcionar: os preços desceriam e haveria mais mercado da procura dos produtos (assim falava o CDS antes das eleições!!!).

Para piorar o Governo até resolveu (temos um governo totalitário pois não respeita a certeza e segurança jurídica dos cidadãos!) ficar com parte do Subsídio de Natal de quem trabalha. E porquê? Porque esse dinheiro é necessário  para cobrir o buraco do BPN,  feito fraudulentamente, pelos conhecidos barões do PSD, e incrivelmente nacionalizados pelo governo de Sócrates. O BPN vai ser entregue a banqueiros amigos, e com capital social aumentado à custa do nosso subsídio de natal.


O preço dos serviços públicos vai aumentar:
O Governo irá subindo, ora mais depressa ora mais devagar os preços dos transportes públicos, da saúde, e da educação, argumentando que não temos capacidade para aguentar esses serviços aos  custos actuais.
Mas se o Governo aumenta brutalmente os transportes públicos, as taxas moderadoras da saúde e as propinas do ensino público (ao mesmo tempo que transfere mais dinheiros públicos para o ensino privado, especialmente o controlado pela igreja católica), como justificar então que os impostos não desçam?
O IRS e o IVA estão demasiado elevados e prejudicam o desenvolvimento económico do país, mas estão elevados precisamente para pagar aqueles serviços públicos. Ora se sobem os preços desses serviços públicos então como justificar a manutenção (ou pior ainda a subida) do IRS e do IVA?
E se o governo privatizar alguns desses serviços públicos então não deveria baixar o IRS e o IVA?
A resposta é bem simples: o governo quer pôr mais dinheiro mas é no bolso dos empresários, e por isso o IRS e o IVA em vez de baixarem ainda sobem, reduzindo o já indigente poder de compra de quem trabalha! 


Lição a reter:

Pois bem caras e caros amigos, se não gostam desta política do Governo PSD/CDS, pois então porque foram votar embalados na cantiga do bandido dos "media"? Votar exige responsabilidade e não simplesmente deixar-se ir na "onda" lançada pelos "media" de acordo com a voz dos seus donos. Aprenda a votar para não se espalhar! E se resolveu abster-se, então de que se queixa?

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